Ando sentindo uma saudade descabida. Saudade descabida porque não está cabendo em mim mesmo. Não cabe em lugar algum. Transbordou. Saiu da borda. Uma saudade estranha. Uma saudade de ninguém. Uma saudade que não tem nome ou um endereço específico. Saudade de ligar pra alguém e chamar pra almoçar. Saudade de sair do trabalho seis horas da tarde e chamar pro cinema. Saudade de assistir televisão domingo à tarde debaixo do edredom. Saudade de ter com quem conversar no final do dia. E de ter alguém em quem pensar quando acordo. Saudade de poder falar que gosto (e também poder falar “não gostei”) sem precisar ensaiar antes. Saudade de sentir saudade de alguém.
Saudade do cheiro do meu perfume favorito em outra pele suada. Saudade de ouvir que eu sou linda (de manhã cedo com a cara amassada). Saudade de ficar em silêncio ouvindo a respiração. Saudade de viajar sem precisar dirigir. De cantar no carro e alguém me ouvir. Saudade de ouvir o CD de músicas favoritas que eu não gosto.
Saudade de acordar com flores e de receber presentes sem nenhuma data especial. Saudade de ter uns apelidos estranhos, que não têm nada a ver com o meu nome. Saudade de fazer as pazes e abraçar mais forte. Saudade de ser a número um e não apenas mais um número. Saudade de ser entendida sem precisar me explicar. De dizer o que eu quero sem precisar falar. Saudade de ser tão igual e fazer toda a diferença. Saudade de gostar dos mesmos lugares e de bebidas tão diferentes. Saudade do calor, do cheiro, do gosto. Saudade do toque, do beijo, do carinho. Saudade com remetente e sem destinatário. Saudade sem preço, sem endereço e sem data pra expirar. Saudade do que ainda me falta viver.
É... ninguém me falou que cama nova provocava efeitos colaterais. Ou talvez seja só a carência do domingo à tarde. Amanhã eu descubro.
Saudade do cheiro do meu perfume favorito em outra pele suada. Saudade de ouvir que eu sou linda (de manhã cedo com a cara amassada). Saudade de ficar em silêncio ouvindo a respiração. Saudade de viajar sem precisar dirigir. De cantar no carro e alguém me ouvir. Saudade de ouvir o CD de músicas favoritas que eu não gosto.
Saudade de acordar com flores e de receber presentes sem nenhuma data especial. Saudade de ter uns apelidos estranhos, que não têm nada a ver com o meu nome. Saudade de fazer as pazes e abraçar mais forte. Saudade de ser a número um e não apenas mais um número. Saudade de ser entendida sem precisar me explicar. De dizer o que eu quero sem precisar falar. Saudade de ser tão igual e fazer toda a diferença. Saudade de gostar dos mesmos lugares e de bebidas tão diferentes. Saudade do calor, do cheiro, do gosto. Saudade do toque, do beijo, do carinho. Saudade com remetente e sem destinatário. Saudade sem preço, sem endereço e sem data pra expirar. Saudade do que ainda me falta viver.
É... ninguém me falou que cama nova provocava efeitos colaterais. Ou talvez seja só a carência do domingo à tarde. Amanhã eu descubro.
26 comentários:
boa saudade que transborda o contorno. isso causa transtorno, claro, mas faz parte... como uma angústia. angústia e acabar com a saudade com uma bala no céu da boca.
Eu com link no teu blog? Minha mãe vai ficar orgulhosa! (rs) Valeu!
Oi Franjinha
Que saudade mais bonita !!! Saudade do amor estampada no peito, na cara, entre linhas e entrelinhas... Saudade do amor que vem e que vai... Que leva e que traz... Saudade do amor que logo logo se ancora e que fica e que faz - e que traz.
Beijo pra vc,
Deco.
ah, que texto lindo!!
deu saudade também...
** beijo
Boa tarde! Passando pra ver as novidades , adorei seu texto da carencia...e te desejar um ótimo final de semana, ofereço a você o award Lua em Poemas seu blog é nota 10.Adorei tudo por aqui. bjs
Aham! Tô ligado o que é isso, por mais que você ache que não, há quem te entenda o que é sentir saudades do que nunca foi da gente.
Mas pare com isso...
OBS: quase pensei que era saudades nossas, mas quem somos nós para causar saudade de alguém.
Nem mesmo um infeliz em seu marasmo total iria lembra-se daquele endereço.
Brena
Quando era jovem sempre me vinha em mente uma frase que não sei de onde tirei
Tenho saudades de um tempo que não vivi.
Agora te lendo me deu vontade de fazer um poema com esta frase. Vamos fazer a duas mãos!?
Bjs
É carência de domingo também, fofa... Nada que vc não suporte ( ainda mais com um salto 12!! lol) . Olha, querida, as vêzes somos crianças, não é? Pois vá lá do outro lado ver o que fiz com minha criança interior..Bj!!!
Vixi com tantos poetas nos comentários fico até envergonhado de dizer que seus textos são ótimos e impressionantes, continue assim quero ter mais o que ler e refletir durante as madrugadas em frente ao computador, esperando por mais um dia de trabalho arduo, gostei muito.
Beijos
Brena
Você não sabe quem sou eu, não sei quem é você, nunca ouvi falar.
Como encontrei seu blog... Um dia você saberá e vai morrer de rir! Céus, como sou idiota!!! rsrsrsr
Só sei que, numa quinta feira qualquer (ontem), vindo de uma festinha de aniversário, chego em casa e putz! Que solidão! E aquele cara que não me liga! O que deve estar aprontando...
Ele s i m p l e s m e n t e sumiu! Desapareceu como mágica! Ontem, tão doce e hoje nem se sabe. Tudo bem! Não há nenhum sentido oculto nisso. Deixou bem claro que não está mais afim. Mas, nós mulheres, parece que gostamos de gastar nossas energias tentando descobrir os “sem” mistérios masculinos e, inventamos desculpas para nos confortar. E na tentativa de descobrir o que aconteceu, acabei encontrando você e o seu blog. ADOREI! AMEI! APAIXONEI! Os textos “Saudade sem destinatário” e “Teoria da involução amorosa” são perfeitos! Deu uma certa vontade de mudar a vida e a forma de como a vejo, começando pelas gavetas. Isso mesmo! Pelas gavetas! Sempre tenho a sensação de que quando as minhas gavetas estão desorganizadas, a minha vida também está. E também os meus sentimentos. Nas minhas gavetas, guardo os meus objetos de usos íntimos, meus segredos, as coisas miúdas...Começar pelas gavetas é um bom começo! E depois dessa faxina (que pretendo faze-la num sábado à tarde-sem-nada-pra-fazer), terei a sensação de que a vida estará em ordem! Pronto! Agora farei isso e depois aquilo. Não vou pensar naquele cara hoje e também não vou querer aquele outro. Vou sair hoje mas não vou beber. Ou, não vou sair hoje e vou beber em casa mesmo ouvindo música clássica. E assim, como se fosse fácil, conseguirei (ou não!) colocar a minha razão acima do coração. Terei a noção exata de que, perder tempo com o nojentinho narcisista ou com o Zezinho-Nunca-Lembra-de-Telefonar era só o tempo de organizar as minhas gavetas!
Parabéns! Continue escrevendo estes textos maravilhosos! Sucesso sempre!
Ah! O comentário postado em Novembro 17, 2006 2:41 AM (anônimo)é de Joana (joanaalvesp@hotmail.com).
Abraços.
Incrível....
é incrível como vc consegue colocar aqui td o que eu to sentindo e nem eu sei como explicar.....
Mulher, vc é demais!
Por isso que eu passo sempre por aqui... pra me descobrir...
Um ótimo fds pra vc....
Bjão
Lilian
dessa saudade eu não sinto a menor saudade... to sentindo saudade apenas do meu momento, da hora de ficar solteira, da hora de brilhar pelas minhas convicções!!
becitos moça
É... às vezes eu tenho saudade de mim mesma quando eu nem sonhava em ser gente grande. Texto lindo, como sempre =)
Oieee Brena que texto mais lindo, simplismente maravilhoso. Fico cada vez mais encantada com a forma que você escreve, talvez seja, com as suas palavras expressam aquilo que eu estou sentindo e não consigo me expressar...Parabéns menina ...Beijusss
Brena, você é um poço de saudades, saudades não cabe em si!!
Bom fim de semana! Beijus
Brena,
muito bom seu blog. Voltarei para matar saudades...
Beijo!
Saudade dói.Faz a gente parar de gostar da gente, do nosso cabelo e das nossas curvas.
Mas deixa a gente cismar com um novo amor (de novo) pra vc ver...
O coração volta a pulsar e a saudade fica como mais uma lição amorosa.
Lindo texto.Super lindo!
:)
Gosto muito de ler as coisas que você escreve.
Bjos
Sintomia perfeita...Bjs
Tem saudade que não vai embora. Nunca.
Continuando sua frase no messenger: mal começou... eu já estou com saudades...
Brena
Acho que estou ficando velho. Me esqueci que usei esta frase(Tenho saudades de um tempo que não vivi.
) em um pretenso soneto que está no:
http://profcorelio.blogspot.com/2006/06/quase-soneto.html
Bjs
Aiiiiiiiii...
Tô aqui, sexta feira, de prova especial na faculdade, chuvendo, lendo esse texto lindo, meu ficante não me ligou até agora... buáááááááááááááá...
Tô com saudade de um monte de coisa tb!
Vou ver se acho chocolate na minha bolsa, bjooo!!!
nossa, visitei teu cantinho pela primeira vez e confesso estou escandalizada, com tamanha sensibilidade, parabéns está lindo seu poema.
Nossa isso é tudo que eu sinto e tenho sentindo no fundo da minha alma. Me tocou profundamente. Caso queira mais "amigas" vou te pedir permissão pra me adicionar no seu msn.
Abraços,
Virgínia
vdbert@hotmail.com
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